Seu Sebastião dos Santos


 Seu Sebastião dos Santos foi um homem negro de garra, simples e trabalhador.

Baiano, pai do meu pai, deixou sua terra natal para se aventurar nas

promessas paulistas. Ninguém me contou, mas eu imagino o Padrinho (assim

eu o chamava) deixando o nordeste, o interior da Bahia, num pau de arara por

dias sofridos na estrada para chegar em São Paulo e se instalar numa pequena

cidade do interior para trabalhar na roça de café, por isso a canção Pau de

Arara de Luiz Gonzaga mexe tanto comigo, parece que conta a história de

Padrinho e se assemelha à história de tantos brasileiros.

Eu não me lembro bem do seu rosto, eu tinha uns 5 anos quando um câncer

renal o levou, mas as fotos me fazem pensar em como era parecido com meu

pai, logo, quando me vejo no espelho eu posso ver um pouco dos seus traços

também. Eu queria tanto saber mais sobre seus pais, avós... queria entender

quem, entre nossos ancestrais foram trazidos de mãe África. De que país

africano? Que etnia? Que língua falavam? Seu sobrenome, dos Santos, que eu

também carrego, traz indícios da nossa história.

Um fato engraçado é que minha mãe o chamava de Seu Sebastião, e eu

criança, entendia São Sebastião. Um santo avô

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